Quando comecei a compor, fiz-me as seguintes perguntas:
- Eu escrevo música para quem?
- Quem irá ouvir a minha música?
- O que é a música sem o público?
Com o passar do tempo e de muito meditar, respondi a estas questões.
Por outro lado, sempre achei deprimente haver concertos com meia dúzia de pessoas, e às vezes nem tanto, nos concertos de música contemporânea.
Compreendi que uma das missões de um músico é tentar chegar ao maior número de pessoas possível. Assim, teria de tentar fazer com que as pessoas, principalmente aquelas que não têm o hábito de ir a concertos de música clássica, a voltar novamente aos teatros e aos auditórios para escutar música clássica contemporânea.
Comecei então, a escrever música, não só para mim, mas também a pensar no público, sem descurar a harmonia e o contraponto, a inovação e a originalidade.
Curriculum Vitae
Em 1996 fundou a "Orquesta Luso - Española" que dirigiu até 2009, para se dedicar a outros projectos dedicados à música de câmara com agrupamentos mais pequenos e, principalmente para se dedicar à composição. Esta orquestra tinha a particularidade de ser constituída por jovens músicos portugueses e espanhóis. O seu repertório abarcava todas as épocas e estilos, desde a "Música Barroca" até à "Música Contemporânea". Desta orquestra saíram muitos jovens músicos para orquestras e bandas profissionais.
É membro desde a sua fundação da "Asociación de Compositores de Extremadura" e, colaborador, quer como conferencista quer como músico, do "Ateneo de Badajoz" em Espanha.
Em 2009, fundou a "Ad Septem Ars - Associação Cultural de Campo Maior", associação dedicada à promoção e divulgação da Arte e Cultura Portuguesas. Ainda em 2009, fundou o "Ensemble de Flautas de Bísel" dedicado à Música da Renascença e Barroca.
Em 2011 funda a CAMERAʇtA IBÉRICA, da qual é o director artístico e musical e, também o arranjador e compositor residente. Este "ensemble" está dedicado aos arranjos de música sinfónica/orquestral e à música contemporânea. Está formado por músicos espanhóis e portugueses. A sua formação instrumental é variável e depende dos projectos a apresentar. A primeira formação estava constituída por: 2 saxofones, 1 clarinete, 1 trompa, piano e uma soprano.
Em 2011 formou o duo IMPROMPTU CAMERAʇtA, guitarra portuguesa e piano, com o guitarrista português Paulo Cachinho, desenvolvendo a recolha e a escritura de partituras de Fado, assim como novos arranjos de Fado e composições originais. Para as suas actuações e concertos, este duo transforma-se em trio com a integração de um contrabaixo ou guitarra baixo acústica a cargo do baixista e produtor musical, Filipe Pereira. Após o seu acidente, teve que abandonar este projecto musical.
Como compositor, tem composto para todo o género de conjuntos instrumentais e vocais, desde obras para instrumental ORFF, para conjuntos de flautas de bisel, piano solo, coro misto, coro misto com piano, canto com piano, música de câmara (duos, trios, quartetos, quintetos, sextetos, etc.), obras para orquestra de câmara, orquestra sinfónica, solista com orquestra sinfónica e para banda sinfónica, tendo várias obras estreadas em Espanha, França, Itália, Luxemburgo, Uruguai, Brasil e Portugal, Alemanha, Polónia, Rússia, Canadá, USA, Grécia. Do seu catálogo constam mais de 300 obras.
Tem colaborado com imensos músicos de diferentes países, tais como: Rita D'Arcangelo e Luisa Sello - flautistas, a soprano Maria Laura Martorana, a harpista Alexandra E. Selleri, I Cinque Elementi - Wind Ensemble; Galan Trio da Grécia; Cuarteto de Clarinetes Vert, o flautista António Berdonez e o guitarrista Fernando Hernández León de Espanha; a soprano Ana Luisa Ramos, o cantoautor Eric Taylor e o Quarteto de Clarinetes Omega do Brasil; Sabine Steffan, Cécile Bonnet, sopranos e Eric Fraj cantor popular - de França; a soprano Anna Emanuela Politalska da Polónia; as pianistas Natalia Mogilevskaya, Elena Selezneva, Anna Sutyagina da Rússia; as sopranos Mónica Pais, Marina Pacheco, Rita Moldão e a mezzo-soprano Cátia Moreso de Portugal e muitos outros músicos.
Em 2011 escreve BEET expressamente para o quarteto de clarinetes valenciano "VERT", obra estreada no dia 8 de Novembro de 2011 no Palau de la Música de Valencia - Espanha, gravada pelo próprio quarteto no seu CD "Esencias 2".
Em 2012, dedica um novo quarteto de clarinetes ao quarteto Vert: Promenades. Também para este quarteto e a soprano valenciana Maria Velasco escreve o primeiro ciclo de canções para soprano e quarteto de clarinetes de toda a história da música, sobre poemas em língua galega, portuguesa, castelhana e valenciana.
Em 2012 a flautista italiana Rita D'Arcangelo, estreou sua obra para flauta solo "Atlântico", obra estreada a 1 de Outubro de 2013 em Tóquio, Japão.
Em 2013 inicia uma nova colaboração com a soprano Marina Pacheco e a pianista Olga Amaro, ambas portuguesas.
Em Janeiro de 2013, o "Coro Feminino de Lisboa" estreia a sua peça vocal "José embala o Menino", harmonização para coro feminino a 4 vozes: SSAA.
Em Fevereiro de 2013, escreveu "Improvisos", uma nova peça para flauta sola dedicada ao flautista espanhol e seu amigo, Antonio Berdonez.
Em Abril de 2013 compôs uma nova canção com poema de Fernando Pessoa, "O Amor", para o flautista português João Paulo Ramos Marta e o contra-tenor holandês Sytse Buwalda com acompanhamento de piano.
A pianista russa Natalia Mogilevskaya, fez a estreia de duas obras para piano, Impressões Tarnianas e Entardecer, a 16 de Julho de 2013 em Assis - Itália.
Em 2015, escreveu o trio "Terra de Mar", para violino, violoncelo e piano expressamente composta para o trio grego Galan Trio, que foi gravada no cd "Switch" do trio. Este CD foi apresentado em Atenas, Grécia, a 14 de Dezembro de 2017 que contou com a presença do Chefe de Missão da Embaixada de Portugal, em representação do senhor Embaixador de Portugal na Grécia, Dr. João Ricardo Mendes.
Em Junho de 2016, escreveu um duo para flauta transversal e piano, para a flautista alemã, Kathrin Christians.
Entre 2015 e 2016, para a soprano brasileira Ana Luísa Ramos compôs um ciclo de 7 canções sobre poemas de autores portugueses e brasileiros com acompanhamento de quinteto de cordas e piano.
Em Outubro de 2016, na Sé de Elvas, estreou o seu Stabat Mater. Contou com a participação das cantoras Rita Moldão e Cátia Moreso, soprano e mezzo-soprano respectivamente, tendo sido acompanhadas por um quinteto formado por antigas alunas suas: Sara Álvarez-Borbolla, Beatriz Caballero Montãno, Teresa González Portillo, Rosa Escobar López e María Teresa García Cuéllar.
Em 2017 compôs um ciclo de canções para a mezzo-soprano brasileira, Luísa Francesconi sobre poesia portuguesa.
Em Janeiro de 2018, escreve a pedido da "mandolinista" italiana, Annalisa Desiata, um trio, Bandolim, Violino e Flauta Transversal, "Fiore d'Inverno - Três Danças e um Postlúdio".
In 2018, compôs "Mediterranescas" para o ensemble francês "Spirit Tango", e iniciou a sua ópera Splintered Flashes para a directora de ópera alemã Mrs. Martina Veh com libretto do também alemão, o escritor e poeta Michael HerrscheI.
"Atlantico" para flauta solo, foi gravado pela flautista Rita D'Arcangelo e incluído no seu CD "Inspyred by Rita D'Arcangelo", tendo o CD sido posto no merado em 2019.
Está editado pelas editoras de música impressa BROTONS & MERCADAL EDICIONS MUSICALS SL ou pela sua subsidiária MUSIC VALLS S. L. e pela editora norte-americana SONIC CROSSROADS de Nova York.
E o sonho tornou-se realidade
Nasci em Lisboa, lá para os lados de Campolide, bairro típico da capital portuguesa, na Freguesia de São Sebastião da Pedreira, na Rua Dom João Carlos de Mascarenhas, num 3º Andar, creio que no número 70. O prédio era de cor-de-rosa. (Com a nova reforma territorial a freguesia já não pertence a Campolide).
A minha mãe dizia que era um dia de Inverno muito, muito frio. E nasci cedo: eram 8 horas e 10 minutos da manhã. Foi um parto complicado. Sei isto tudo pelo que me dizia a minha mãe e corroborado por uma prima bem mais velha que então estava em casa dos meus pais. Era fim de ano, dia 31 de Dezembro. Corria o ano de 1956. As datas sei-as pela minha cédula pessoal e pelo meu bilhete de identidade.
Nasci p'ra música por volta dos meus 3 anos. Melhor, ela veio ter comigo. Não a chamei. Ela encontrou-me num restaurante em Lisboa, cidade onde residíamos na direcção antes indicada.
Havia lá um piano. "Aquilo" despertou-me atenção. E lá fui, como "bom" rapazinho que era, dar umas "dedadas" no teclado. Pouco mais alto era que o teclado.
Ninguém me interrompeu. Fui deixado ali a fazer plim, plim, mas sempre sob o olhar atento de minha mãe, que eu era muito dado a corridas repentinas e consequentes desaparecimentos, para aflição e angústia dos meus pais.
E a música ficou por ali. De quando em vez lá pareciam uns tambores, uma gaita de "beços", como se chamava à harmónica. "De beços", regionalismo alentejano, o mesmo que beiços, por contraposição à gaita-de-foles.
E através de um rádio que já tinha gira-discos! Ainda não existia a RTP tal como a conhecemos hoje. Estava a dar os primeiros passos em Portugal. Era ainda o tempo das novelas radiofónicas na Emissora Nacional.
No mesmo ano em que nasci, nasceu a televisão em Portugal. Só a partir do ano de 1962 é que se começou a generalizar mais a 'tv' pelas casas dos portugueses. Quem queria ver televisão, ia às sociedades recreativas e aos cafés, que eram os únicos que tinham televisão.
O meu contacto directo e sentido com a música chega mais tarde. Já existia uma televisão lá em casa a preto e branco, pois claro. Era o ano de 1962.
No ano seguinte, 1963, os meus pais decidem ir viver para Campo Maior, no Alentejo, donde era natural a minha mãe. O meu era minhoto, de Vieira do Minho.
Era a época do "Pedimos desculpa por esta interrupção. O programa segue dentro de momentos".
Na RTP, passava aos Domingos à tarde uma rúbrica intitulada "Matinée de Domingo", creio recordar. Passavam os filmes permitidos e tolerados por um regime tão a preto e branco como a minha televisão.
Num desses filmes, não recordo o título, estava um senhor sentado ao piano a escrever música. Tinha eu já 8 anos. O senhor sentado ao piano era Cole Porter ou George Gershwin. Um dos dois era. Voltei-me para a minha mãe e disse-lhe:" Mãe! Eu quero fazer isto. Escrever música sentado ao piano." Ela assentiu com a cabeça e mais não disse.
A minha mãe que gostava imenso de música, achou por bem que eu fosse receber algumas aulas de piano com uma professora que existia em Campo Maior. Chamava-se a senhora, Maria Amélia Dias. E foi com ela que eu iniciei a minha aventura musical. Decorria o ano de 1964.
Como não havia muitas possibilidades económicas, tive que esperar até conseguir entrar num conservatório. O primeiro foi na Covilhã, cidade Beirã junto à Serra da Estrela e capital das fábricas de lanifícios. Aí fiz 3 anos num só.
Depois e por só por mero acaso é que transitei para Espanha.
Fui com o meus pais a Badajoz num dia de férias de Carnaval. Campo Maior está a apenas 15 minutos de Badajoz. Ambas as terras são consideradas raianas para nós e "rayanas" para eles.
Passava numa rua e escutei um piano. Timidamente, quase como que envergonhada, estava uma placa doirada na parede que dizia: Conservatorio Elemental de Música de Badajoz". Era a década de 70. O ano, talvez o de 1976 ou 1977. Também podia ser o de 78 ou 79. Não recordo bem.
Entrei. A porta era larga e alta, em madeira, daquelas antigas, que dava para um átrio em pedra mármore branca. À esquerda, ficava uma escadaria. também ela de mármore.
Subi. O conservatório ficava na primeira porta à esquerda.
Empurrei a porta e dirigi-me à primeira pessoa que encontrei. Era um funcionário. Chamava-se António. Falámos, eu ainda num "portunhol", levando-me de seguida ao secretário. (Os conservatórios em Espanha, estvam, hoje já não sei se assim é, organizados da seguinte maneira: Director/a, Vice-Director, Secretário/a, Chefe de Estudos, Tesoureiro).
Expliquei o que queria. Deram-me um papel para preencher e que voltasse em Setembro para fazer a matrícula. Era o primeiro aluno estrangeiro do conservatório! Apesar de ter a maioridade em Portugal, ainda era menor em Espanha. O meu pai teve de assinar como encarregado de educação.
A partir daí, fiz mais 2 anos num, a seguir mais outros dois...
Necessitava de ter um piano para estudar em casa. Fui trabalhar. Comecei a dar umas aulas numa escola pública, a única que tinha a disciplina de música. Chamavam-lhe e chamam ainda, Educação Musical.
Continuei a estudar e a trabalhar em simultâneo. Como era e foi difícil!!! Foi duro, muito duro mesmo. Mas lá fui fazendo um ano trás outro.
Cheguei ao curso superior. Continuando sempre a leccionar, claro.
Agora, já o conservatório me parecia mais acolhedor e agradável. Já estudava o que eu queria: a escrita e encadeamento de acordes, escalas ... era a Harmonia! Logo, logo, estudaria Contraponto, Fuga, Composição e Instrumentação, Orquestração... E seria compositor. Pensava eu.
Lá terminei toda a carreira musical em 1990. Mas queria mais.
Inicío um divertimento orquestral: Lusitânia. A minha primeira obra. Tardei 6 meses a escrevê-la e a passá-la a limpo. Os computadores e a informática musical eram ainda uma miragem.
Terminado o conservatório em Badajoz, decidi estudar Canto Gregoriano. Comecei com o então director do conservatório de Badajoz, D. Carmelo Solís que me mandou estudar com o professor Ismael Fernandez de la Cuesta. E fui até Madrid para o Real Conservatorio Superior de Música.
Chegado a Madrid para me matricular em Canto Gregoriano, não sem antes ter falado com o professor Ismael Fernández de la Cuesta. Fez-me muitas perguntas. Umas mais pessoais, outras para saber o que pretendia, outras ainda para testar meus conhecimentos musicais e históricos. Devo ter-me saído bem, pois deu-me o seu consentimento para integrar a sua aula superlotada.
No vidro da secretaría está anunciado o exame de admissão para a disciplina de direcção de orquestra e coros. Perguntei se podia matricular-me para fazer o exame. Deixaram-me matricular. Confesso que tive o empenho e a ajuda do director do conservatório que era "extremeño", tal como os meus estudos. Anos mais tarde partilhámos palco com estreias de obras. Coisas da vida.
No dia seguinte lá fui fazer o exame. Éramos mais de 30 examinandos numa sala enorme para 6 vagas. Fiquei aprovado.
Nova caminhada e ainda mais dura: quase 1000Km de carro ida e volta, para ter aulas numa só manhã.
Terminei o conservatório. Deu-me muito trabalho. Sacrifiquei muita coisa. Estou e sou feliz.
1996. Fundo a Orquestra Luso-Espanhola, para ajudar jovens estudantes de um lado e outro da raia. Este projecto durou até 2006.
Aparece a "www". O mundo fica mais pequeno, mais próximo. Está tudo ou quase tudo à distância de um "click". E a informática musical permite escrever música sem usar o papel e o lápis.
Continuam as dificuldades para estrear, apresentar os meus trabalhos. Ainda que os meus trabalhos lá vão aparecendo entre a "Asociación de Compositores Extremeños" e alguns amigos.
2009. O quinteto de sopro italiano "I Cinque Elementi - Wind Ensemble" de Pádoa, Itália, encomenda-me um quinteto: Os 5 Elementos. Estreia em Graves - Bordeaux - França desse ano. Foi a primeira obra a ser tocada fora da Península Ibérica. E assim começou a minha internacionalização.
Daí até hoje, muitos contactos e amizades fiz. Também muitos concertos, muitas estreias e muitos ensaios de horas seguidas. E muitas horas a escrever, a estudar... a ler partituras... a escutar música...
Chegou o YouTube. E o Facebook. E a montra para novos contactos e grandes amizades abriu-se ainda mais.
Mas tem de se continuar a estudar, a ler, a escrever, a ler partituras e a escutar música... a contactar...
Um dos meus professores de piano, o genial Estebán Sánchez, quando lhe perguntei o que era preciso para se bom músico, disse-me: "Para se ser um músico, necessitas de três coisas: primeiro trabalhar, segundo trabalhar e terceiro, trabalhar ainda mais."
Para corroborar esta frase, vi há tempos um vídeo de um professor de trompete que dizia aos seus alunos:
- "Temos de estar preparados sempre. Principalmente se não estás a tocar em algum lado. Há que estudar todos os dias o repertório de trompete e fazer escalas, harpejos, staccatos, legatos, trabalhar as dinâmicas. Nunca se sabe quando te chamarão. E depois não podes dizer que tens de estudar. Tens de chegar e tocar. Quem te contratar não quer esperar."
Daí até hoje, muitos contactos e amizades fiz. Também muitos concertos, muitas estreias e muitos ensaios de horas seguidas. E muitas horas a escrever, a estudar... a ler partituras... a escutar música...
Chegou o YouTube. E o Facebook. E a montra para novos contactos e grandes amizades abriu-se ainda mais.
Mas tem de se continuar a estudar, a ler, a escrever, a ler partituras e a escutar música... a contactar...
Um dos meus professores de piano, o genial Estebán Sánchez, quando lhe perguntei o que era preciso para se bom músico, disse-me: "Para se ser um músico, necessitas de três coisas: primeiro trabalhar, segundo trabalhar e terceiro, trabalhar ainda mais."
Para corroborar esta frase, vi em tempos um vídeo de um professor de trompete que dizia aos seus alunos:
- "Temos de estar preparados sempre. Principalmente se não estás a tocar em algum lado. Há que estudar todos os dias o repertório de trompete e fazer escalas, harpejos, staccatos, legatos, trabalhar as dinâmicas. Nunca se sabe quando te chamarão. E depois não podes dizer que tens de estudar. Tens de chegar e tocar. Quem te contratar não quer esperar."